sexta-feira, 24 de maio de 2013

Leonardo Jardim e o futuro

Conheço mais ou menos o trabalho do Leonardo Jardim nos clubes por onde tem passado: não muito bem – o que torna a análise pouco credível. Opinião, somente, baseada no que me recordo das suas equipas, do que li do que foi dizendo ao longo da carreira (nem sempre sabemos com que objectivos) e do que outros dizem sobre ele (porque, claro, a nossa independência crítica consiste somente em retemos tudo o que nos é exterior para depois formularmos o nosso próprio juízo). Se quiser conhecer melhor Leonardo Jardim, verdadeiramente, o melhor que tem a fazer é ver imediatamente isto. 
 
Porém, e fosse eu o principal decisor (não sou e ainda bem que não sou), com os dados que tenho (que mais depressa me fariam anunciar a demissão que tomar esta difícil decisão) não contrataria Leonardo Jardim. Mais ainda: colocava uns 4/5 treinadores à sua frente. Um deles seria, claramente, Jesualdo Ferreira. Não é que tenha uma forma de pensar o futebol particularmente diferente (talvez nem tenha aqui vantagem alguma sobre Jardim), mas tem um conhecimento do futebol (e de tudo o que envolve o futebol), dos clubes grandes em Portugal e do Campeonato pouco comuns. E, para além disso, é um indivíduo que (não deixando de ter ambição) atingiu já um patamar que lhe permite hoje lidar com os problemas de uma forma pouco comum. A juntar a este facto o conhecimento que já leva dos jogadores do Sporting (e dos restantes treinadores, como por exemplo Oceano), seria uma opção muito superior à de Jardim. Muito.
Haveriam outros treinadores, igualmente, que gostaria mais de ver em Alvalade. José Peseiro (que tem muitos problemas, sabemo-lo), Carlos Carvalhal (que seria muito mal visto) e sobretudo Paulo Fonseca agradar-me-iam igualmente mais. Ao nível de Jardim está para mim, eventualmente, o Pedro Caixinha (talvez, por já estar disponível, o Jardim seja uma melhor opção que a que seria o PC) – pouco mais que uma incógnita. Pior que o Jardim seriam ainda assim (porque também é preciso ver o lado menos negativo da escolha) o Marco Silva, o Rui Vitória e os restantes técnicos (alguns brasileiros, recordo-me) entretanto relacionados na imprensa com o Sporting. Não terem sido equacionados seria um grande sinal – não porque sejam maus (os brasileiros não conheço), mas porque poderia verificar-se que a nova estrutura do Sporting só teria equacionado os melhores treinadores disponíveis. Verdade ou ilusão, bastar-nos-á (porque nos tem de bastar) para já. E mais tarde confirmaremos.
A ideia que tenho de Jardim é, portanto, estranha: sinto que (dadas inúmeras questões, mas em particular destaque, claro, o trabalho do Miguel Nunes na análise ao Olympiakos do madeirense) conheço a forma de jogar das suas equipas, sem fazer ideia do que será o seu Sporting. E sinto a mesma impressão (por razões diferentes) que comecei a sentir com Domingos quando a equipa caiu: ou isto corre muito bem, ou corre muito mal. Os jogadores a que Jardim dará o seu aval (em parceria com a estrutura, presumo) e a forma como o treinador será “protegido” (aqui, diga-se que entra numa altura que lhe é especialmente propícia a ter sucesso) definirão muito daquilo que será a sua prestação em Alvalade. Jefferson, Ghilas, Josué e André Santos seriam boas escolhas no actual contexto. Nuno Reis e Wilson Eduardo igualmente, embora não tanto. Carlão seria simplesmente péssimo. A manutenção de Eric Dier, Tiago Ilori, Rinaudo (há Custódio e há André Leão, há até Adrien Silva e André Santos, mas no actual momento manter Rinaudo ganha especial importância), André Martins e André Carrillo são imprescindíveis. Bruma (porque pedirá um salário demasiado alto e tem pretendentes) e Adrien (porque a sua manutenção obrigaria a uma renovação imediata do contracto de outros jogadores, entre os quais, claro, André Martins) são casos complicados. Mas – rumores à parte – resta-nos aguardar pacientemente a composição do plantel e o anúncio da restante equipa técnica. E ter sempre uma fé, diferente d dos outros porque respeitadora e humana (no sentido da manutenção dos pés na terra), crente na dificuldade que será atingir o terceiro lugar mas, ao mesmo tempo, esperando com ansiedade aquilo que o Braga e o Paços farão no defeso.
O nosso caminho é, hoje ou amanhã (e será porque tem de ser), o Presente e o Futuro de mãos dadas.

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